sábado, 13 de outubro de 2007

Doenças Compartilhas entre Cães e Humanos

A leishmaniose ou leishmaníase ou calazar ou úlcera de Bauru é a doença provocada pelos parasitas unicelulares do género Leishmania. Há três tipos de leishmaníase: visceral, que ataca os orgãos internos, cutânea, que


ataca a pele, e mucocutânea, que ataca as mucosas e a pele. No Brasil existem as três formas, enquanto que em Portugal existe principalmente a leishmaníase visceral e alguns casos (muito raros) de leishmaníase cutânea. Esta raridade é relativa, visto na realidade o que ocorre é uma subnotificação dos casos de leishmaniose cutânea. Uma razão para esta subnotificação é o facto de a maioria dos casos de leishmaniose cutânea humana serem autolimitantes, embora possam demorar até vários meses a resolverem-se. As leishmania são transmitidas pelos insectos fêmeas dos géneros Phlebotomus (Velho Mundo) ou Lutzomyia (Novo Mundo). A leishmaniose também pode afectar o cão, que é considerado o reservatório da doença.

A doença no cão é diferente da humana. No início, o cão não parece doente, e pode ficar assim um bom tempo (entre 2 meses e dois anos), passando seus parasitas para os flebótomos. Alimentação, raça e outros fatores, parecem importantes, mas não estão totalmente entendidos. A fase clínica começa com alterações de pele e pêlos: as bordas das orelhas ficam espessas e escurecidas, e surgem as primeiras feridas, que também aparecem no focinho; o pêlo perde o brilho e vai ficando ralo. Infecções, como conjuntivites e diarréias, bem como infestações e sarnas podem ocorrer.

À medida que a doença avança o cão vai ficando mais magro, come pouco e anda pouco (o que faz crescer suas unhas), e perde parcial ou totalmente os movimentos do quarto traseiro. Além disso, as feridas não se curam com os tratamentos normais (em geral, sangra com facilidade). Como no calazar humano, a morte se dá, com frequência, por infecções diversas. Calazar em cão não tem tratamento! Se você ouviu falar que alguém tratou um cão doente com drogas ou mesmo com Glucantime e que o cão ficou bom, é muito provável que não fosse calazar, e sim outra doença. Há muitos cães ditos calazarentos com enfermidades, desde sarnas até cânceres.

Prevenção

A prevenção é por redes ou repelentes de insetos, construção de moradias humanas a distância superior a 500 metros da mata silvestre e pela erradicação dos Phlebotomus/Lutzomyia.

Enquanto no Homem consegue-se uma cura definitiva, no cão tratamento raramente leva à cura definitiva, pois o animal mantém-se como portador, apresentando uma melhoria clínica, com o desaparecimento dos sinais clínicos, que reaparecerão passados meses. As recidivas no cão também podem ser devidas a reinfecção, principalmente se o cão viver numa região endêmica.

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